Mudar as regras da arte não é apenas um problema estético: questiona as estruturas com que os membros do mundo artístico estão habituados a relacionar-se, e também os costumes e crenças dos receptores. Um escultor que decide fazer obras com terra, ao ar livre, não colecionáveis, está desafiando os que trabalham nos museus, os artistas que aspiram a expor neles e os espectadores que vêem nessas instituições recintos supremos do espírito (Nestor Garcia Canclini; Culturas Híbridas; p. 40).
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
"O amor não é um ócio"
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Sakura Matsuri – O Jardim das Cerejeiras (Teatro Mimo)
por Walmick Campos
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
O Ceará é a cena. O Interior está em Foco. Black Out no Governo do Estado
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
EU... vou contar exatamente como foi.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
TEATRO MIMO - MULIERES
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
E se eu me esquecesse que sou ator?
Plínio Marcos
O espetáculo “E se...”, da turma noite 2011 do Curso Princípios Básicos de Teatro, (CPBT) tem uma concepção interessantíssima, atraente, madura. Cenário, iluminação e sonoplastia caminham unidos, como se tivessem a mesma força, mas acredito que ainda é possível explorar mais da teatralidade cenográfica das folhas de papel, dos pinceis, dos riscos, dos desenhos em cena. São idéias ótimas que ainda podem e devem se redescobrir.
A direção de Silvero Pereira é evidente nas cenas fortes, densas, doloridas, conflituosas, pesadas, mas que perdem com a pré-maturidade dos atores que, por vezes, não possuem as vísceras, a dor, a força que as cenas exigem. Creio que é preciso chão. Estrada. Tempo para maturação de um belo objeto estético criado durante do curso. O caminho não está errado. Os atores são disponíveis, mas ainda é preciso mais, muito mais até que para além de atores seja possível enxergar suas personagens vivendo em cena.
Há destaques no elenco, Cássia Roberta (Marina) é um deles. Sua segurança e precisão em cena fazem-na capaz de carregar a complexidade que as cenas pedem. Seu trabalho me chamou a atenção talvez também por algo subjetivo que me apregoou os olhos em sua figura e defino aqui como élan. Grotowski (Em Busca de um Teatro Pobre - 1965) fala que no teatro pobre, longe de pompas cenográficas, excessos com iluminação e indumentárias, é essencialmente preciso que o ator deixe aflorar a “luz espiritual” e não se preocupe em “atuar”.
O trabalho musical, com direção de Angela Moura, é envolvente, vozes que se unem e conquistam a cena, fisgam o público que se deixa levar em coro. Apenas solistas precisam trabalhar mais. Cantar não é impossível, mas quando se erra no canto, muito facilmente o erro se evidencia, não dá pra fugir, corrigir, por isso é preciso mais trabalho, mais consciência vocal para segurar a cena da maneira como ela se propõe.
O roteiro, diferentemente de Mixórdia, apesar de também trazer reflexões do fazer artístico, traz isso de maneira mais profunda, mais intensa. O teatro é analisado e inserido na dramaturgia com menos superficialidade. E fico feliz em saber que o roteiro é coletivo e que foi gerado um bom fruto, com histórias bem emaranhadas, nessa união.
Eu me pergunto o quanto ganharíamos se esquecêssemos que somos atores. Quando brigamos, quando gritamos, quando damos um tapa não pensamos por que estamos fazendo aquilo. Simplesmente o fazemos, a reflexão é um momento posterior. Na cena, é preciso fazer como na vida. É preciso bater em si antes de bater no outro, gritar com o corpo todo e não só com a garganta, entregar-se como num pulo no abismo, um caminho sem volta. Sem a renúncia de si e da consciência técnica que o teatro exige, isso nunca será possível. É paradoxal, mas necessário.
Desejo que o espetáculo deslanche pela nossa cidade e que viva por longas datas, fugindo do que normalmente acontece com espetáculos de conclusão de curso. Que o teatro abrace esses novos atores e que esse novos atores permitam-se ao teatro, permitam-se à Luz que Grotowski clama.
domingo, 24 de julho de 2011
Clowns de Shakespeare no Festival de Inverno
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Ópera, do Malandro?
dias 26 e 28 de julho (terças e quintas), sempre às 20h
no Teatro Via Sul (Shopping Via Sul, Av. Washington Soares, 4335, Sapiranga – tel: 3404-4027)
entrada: r$10 e r$20
mais info: www.operadomalandroifce.com
(85)8534-3134 (falar com Dhyego Martins)
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Mulheres que Matam Galinhas
domingo, 12 de junho de 2011
É TEMPO DE VISITAR A ALDEIA
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Projeto reúne Literatura e Teatro (fonte Diário do Nordeste - 08/06/11)
FOTO: DIVULGAÇÃO
Tauá Hoje, a Cia. Artes Cínicas de Teatro apresenta a obra dramatúrgica "As Bondosas", em sessão única no pavilhão da Escola Estadual de Educação Profissional Monsenhor Odorico de Andrade, neste Município, tendo como público os alunos da Escola e a comunidade em geral. A apresentação do texto inicia às 20h e faz parte do II Ciclo de Leituras Cínicas, apoiado pela Secretaria Municipal de Cultura. Esta é a segunda edição do projeto, que beneficia atores sociais, de 9 a 17 anos, participantes de atividades em espaços culturais e educacionais em Tauá.
"O Ciclo de Leituras envolve as crianças e adolescentes que apreciam a arte e que já fazem parte das atividades mantidas pela esfera pública aqui na cidade", diz o produtor, Gilmar Costa. Segundo ele, o I Ciclo de Leituras Cínicas surgiu como uma possibilidade de articular literatura e teatro, uma vez que em seu interior são trabalhadas leituras dramáticas de textos teatrais da dramaturgia cearense e nordestina que tem como marca a comicidade. "As leituras dramáticas são eficazes instrumentos para se formar público leitor e apreciador do fazer teatral", garante o produtor. Acrescenta, ainda, que o público aumenta a cada apresentação, alcançando assim outra meta do projeto, que é a formação de plateia. "As apresentações, inclusive, são sempre gratuitas, para facilitar esse objetivo", diz.
As Leituras Dramáticas se traduzem como o limiar entre a literatura e o teatro. Daí, ao realizar o evento este ano, a Companhia se propõe a trabalhar com diversificados textos teatrais integrantes da dramaturgia cearense e nordestina. Depois das leituras dramáticas são realizadas conversas formativas entre os atores e o público, com o intuito de favorecer ao último a narratividade de suas impressões sobre as leituras dramáticas e o fazer teatral como um todo, sob a mediação de Gilmar Costa. "É uma oportunidade de interação com o público", salienta Gilmar.
Selecionados
Para esta edição, foram selecionados três textos: "A Farsa de Romeu e Julieta", de José Mapurunga, "As Bondosas", de Ueliton Rocon e "As artimanhas de Simão ou O Causo dos Dotes", de Márcia Oliveira. Trabalhadas em sequência, as leituras dramáticas são previamente ensaiadas, envolvendo no elenco 11 atores e três músicos. O grupo já concluiu os trabalhos com o texto "A Farsa de Romeu e Julieta". A cenografia será montada em todo o pavilhão.
MAIS INFORMAÇÕES
Artes Cínicas
www.artescinicasdeteatro.com
Município de Tauá
Telefone: (88) 9915.8406
domingo, 5 de junho de 2011
GRUPO TEATRO MÁQUINA - IVANOV
Temporada IVANOV - Fortaleza (CE) Ivanov Fortaleza - CE Todas as Quintas, sábados e domingos de Junho. no Teatro do SESC SENAC Iracema. Sempre às 20h. Ingressos: R$16/8 http://diarioivanov.wordpress.com/ |
terça-feira, 31 de maio de 2011
o que fazer desses restos?: sim, não: talvez
Advérbio, classe gramatical invariável; palavra que modifica o verbo ou adjetivo ou outro advérbio. Sim: advérbio de afirmação. Não: advérbio de negação. Talvez: advérbio de dúvida.
Três pilares das certezas e incertezas das relações humanas. Podemos perceber, aqui, inicialmente, a pontuação. Aquele recurso que utilizamos na língua escrita para expressar o ritmo e melodia da língua falada. Vírgula: pausa curta. Ponto e vírgula: pausa não tão curta, o período ainda vai ser completado. Dois pontos: um esclarecimento. Ponto final: pausa longa, muito longa. O fim do período, ou seja, seu sentido está completo, sendo mais claro, acabou. Temos outros sinais gráficos, as interrogações, exclamações etc, mas creio que estes bastem no momento.
Não podemos esquecer a preposição, aquela palavra, também invariável, que liga dois elementos de uma orcação: a, ante, até, após, com, contra, desde, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás. (Creio que ainda sejam essas, as preposições aprendidas na 7ª série). Entre. A relação está entre os advérbios ou Entre na minha vida!
Por que a invariabilidade nas relações? E a variação? A aceitação? A penetração no âmago do outro? Porosidade? Efeito teflon?[1] As relações efêmeras. Instalações efêmeras. Passagens. Misturas. Doação. Instalação, performance, teatro, dança, relação. Relações humano-sócio-culturais. Relações. O que são? O que é cada uma dessas artes? E dessas pessoas? Precisamos nos apegar a conceitos para aceitar a arte e ao amor? Encontros e desencontros repletos de talvez, de sins e nãos. De SIM, NÃO: TALVEZ.
No abismo do olhar do outro.
Na Solidão da ilha de cada um.
Então, o que fazer com os restos?[2]
Com a imagem de um homem na janela, dos apartamentos de uma metrópole, preso em seus conflitos, em seu universo pessoal, e uma mulher jogada ao chão encoberta por suas mágoas,sim, não: talvez, abre gestalts em um mundo em constante de-vir das relações e suas efemeridades. Valoriza os opostos dessas relações em sua concepção e movimentação. Oposição. Os opostos se atraem. Para ficar em pé, o homem está em constante oposição. Conflito eternoentre a gravidade e a linha de equilíbrio vertical. Oposição. Princípio constante. Barba[3]defende esse princípio como um dos geradores do estado de presença e, assim, alcançar o corpo decidido e, portanto, crível.
Cremos naqueles intérpretes que dilataram seus corpos e expandiram sua presença pelo espaço contagiando-nos com a beleza de uma oposição poética e lírica; forte e densa. Novamente a dança das oposições presentes em todas as relações. A vida. Oposta. Oposição.
Certas coisas
Composição: Nelson Motta e Lulu Santos
Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz
Se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...
Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...
Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz.
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...
A vida é mesmo assim,
Dia e noite, NÃO, SIM: TALVEZ.
Delicie-se com cartola:
O Mundo é um moinho
Composição: Cartola
Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho.
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés
segunda-feira, 9 de maio de 2011
PROMOVER A DISCUSSÃO
Um Grupo de Atores, Diretores, Bailarinos e Coreografos terão acesso ao Blog como criticos em exercício, pos este espaço também foi construído com objetivo de exercitar a CRÍTICA ARTÍSTICA. Mas, os visitantes podem enviar comentários tanto sobre os espetáculos já avaliados no Blog, como exercitar sua própria crítica, contribuindo assim para uma visão mais ampla de teatro no Ceará, oportunizando aos Grupos do Interior entrarem nesta discussão.
Esperamos contar com o apoio de todos