na foto RATIMBUM PARARATIMBUM do Grupo CENAS de Limoeiro do Norte
POR SILVERO PEREIRA
Entre os dias 24 e 30 de Abril de
2012 aconteceu o V FESTVALE – FESTIVAL DE TEATRO DO VALE DO JAGUARIBE, tendo
esta edição a Cidade de Limoeiro do Norte (194, 1 km de Fortaleza) como Sede do
evento. O Festival contou com uma programação de 15 espetáculos da região, 04
oficinas (Rua, Iluminação, Interpretação e Maquiagem), ciclo de debates, Fórum
Regional, 04 espetáculos de Fortaleza e 01 espetáculo de Pernambuco, além de
shows e demonstração técnica. O Festival é resultado de encontros sistemáticos do
movimento MERGULHO TEATRAL, realizado pelos Grupos de Teatro da Região do Vale
do Jaguaribe. Este movimento acontece trimestralmente entre os grupos para
determinar as demandas do teatro realizado pelos mesmos tanto em suas cidades como em todo o Vale.
Trata-se de um movimento consolidado (mais de 20 edições) que efetivamente
promove a qualificação profissional artística e gera uma rede colaborativa de
desenvolvimento artístico, educativo e de formação de plateia. Da Região
estavam presentes grupos das cidades de Juaguaribe, Quixeré, Morada Nova,
Russas, Limoeiro do Norte, Tabuleiro do Norte e Alto Santo.
O movimento MERGULHO TEATRAL se
apresenta como uma ação teatral independente, ou seja, um movimento que se
fortalece por meio de suas próprias dificuldades e, principalmente, êxitos.
Concretamente, existe a troca de saberes, de equipamentos, a colaboração
generosa e percepção de uma realização teatral por meio da coletividade. O
FESTVALE é a comprovação carimbada desta ação. Dentro do evento não se
distingue onde começa a importância desse ou daquele grupo, todos colaboram nas
mais diversas funções, sendo esta colaboração sempre muito positiva,
significante e fortalecedora da imagem de um Festival feito pelos artistas,
pelo teatro do Vale.
O que esperar de um festival de
teatro do interior do Estado onde os espaços (teatrais) são escassos ou sem
estrutura? .... “Uma pausa para o preconceito”... Tudo! Essa é a melhor
resposta. Entraram em cena espetáculos de rua, infantil, ritualístico, popular,
contemporâneo, teatro físico e clown. Uma diversidade da cena, um circuito
teatral de circulação independente, pois estas cidades estabeleceram um laço
cooperativo possibilitando os grupos de circularem pela Região, recebendo e
sendo recebido, gerando assim discussões, relações, aprimoramento e afetos.
O V FESTIVALE é profissional, mas com
aconchego caseiro, sua receptividade é pessoal e próxima, é visceral e delicada.
É uma promessa de afetos, melhor, de irmandade, longe da competitividade, o que
prevalece aqui é teatro autêntico, genuíno, trivial.