segunda-feira, 30 de abril de 2012

VALE A PENA VER O VALE

na foto RATIMBUM PARARATIMBUM  do Grupo CENAS de Limoeiro do Norte


POR SILVERO PEREIRA
Entre os dias 24 e 30 de Abril de 2012 aconteceu o V FESTVALE – FESTIVAL DE TEATRO DO VALE DO JAGUARIBE, tendo esta edição a Cidade de Limoeiro do Norte (194, 1 km de Fortaleza) como Sede do evento. O Festival contou com uma programação de 15 espetáculos da região, 04 oficinas (Rua, Iluminação, Interpretação e Maquiagem), ciclo de debates, Fórum Regional, 04 espetáculos de Fortaleza e 01 espetáculo de Pernambuco, além de shows e demonstração técnica. O Festival é resultado de encontros sistemáticos do movimento MERGULHO TEATRAL, realizado pelos Grupos de Teatro da Região do Vale do Jaguaribe. Este movimento acontece trimestralmente entre os grupos para determinar as demandas do teatro realizado pelos mesmos  tanto em suas cidades como em todo o Vale. Trata-se de um movimento consolidado (mais de 20 edições) que efetivamente promove a qualificação profissional artística e gera uma rede colaborativa de desenvolvimento artístico, educativo e de formação de plateia. Da Região estavam presentes grupos das cidades de Juaguaribe, Quixeré, Morada Nova, Russas, Limoeiro do Norte, Tabuleiro do Norte e Alto Santo.
O movimento MERGULHO TEATRAL se apresenta como uma ação teatral independente, ou seja, um movimento que se fortalece por meio de suas próprias dificuldades e, principalmente, êxitos. Concretamente, existe a troca de saberes, de equipamentos, a colaboração generosa e percepção de uma realização teatral por meio da coletividade. O FESTVALE é a comprovação carimbada desta ação. Dentro do evento não se distingue onde começa a importância desse ou daquele grupo, todos colaboram nas mais diversas funções, sendo esta colaboração sempre muito positiva, significante e fortalecedora da imagem de um Festival feito pelos artistas, pelo teatro do Vale.
O que esperar de um festival de teatro do interior do Estado onde os espaços (teatrais) são escassos ou sem estrutura? .... “Uma pausa para o preconceito”... Tudo! Essa é a melhor resposta. Entraram em cena espetáculos de rua, infantil, ritualístico, popular, contemporâneo, teatro físico e clown. Uma diversidade da cena, um circuito teatral de circulação independente, pois estas cidades estabeleceram um laço cooperativo possibilitando os grupos de circularem pela Região, recebendo e sendo recebido, gerando assim discussões, relações, aprimoramento e afetos.
O V FESTIVALE é profissional, mas com aconchego caseiro, sua receptividade é pessoal e próxima, é visceral e delicada. É uma promessa de afetos, melhor, de irmandade, longe da competitividade, o que prevalece aqui é teatro autêntico, genuíno, trivial.