terça-feira, 31 de maio de 2011

o que fazer desses restos?: sim, não: talvez


Advérbio, classe gramatical invariável; palavra que modifica o verbo ou adjetivo ou outro advérbio. Sim: advérbio de afirmação. Não: advérbio de negação. Talvez: advérbio de dúvida.

Três pilares das certezas e incertezas das relações humanas. Podemos perceber, aqui, inicialmente, a pontuação. Aquele recurso que utilizamos na língua escrita para expressar o ritmo e melodia da língua falada. Vírgula: pausa curta. Ponto e vírgula: pausa não tão curta, o período ainda vai ser completado. Dois pontos: um esclarecimento. Ponto final: pausa longa, muito longa. O fim do período, ou seja, seu sentido está completo, sendo mais claro, acabou. Temos outros sinais gráficos, as interrogações, exclamações etc, mas creio que estes bastem no momento.

Não podemos esquecer a preposição, aquela palavra, também invariável, que liga dois elementos de uma orcação: a, ante, até, após, com, contra, desde, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás. (Creio que ainda sejam essas, as preposições aprendidas na 7ª série). Entre. A relação está entre os advérbios ou Entre na minha vida!

Por que a invariabilidade nas relações? E a variação? A aceitação? A penetração no âmago do outro? Porosidade? Efeito teflon?[1] As relações efêmeras. Instalações efêmeras. Passagens. Misturas. Doação. Instalação, performance, teatro, dança, relação. Relações humano-sócio-culturais. Relações. O que são? O que é cada uma dessas artes? E dessas pessoas? Precisamos nos apegar a conceitos para aceitar a arte e ao amor? Encontros e desencontros repletos de talvez, de sins e nãos. De SIM, NÃO: TALVEZ.

Um tempo... "as avessas” na seda de um papel.

No abismo do olhar do outro.

Na Solidão da ilha de cada um.

Então, o que fazer com os restos?[2]

Com a imagem de um homem na janela, dos apartamentos de uma metrópole, preso em seus conflitos, em seu universo pessoal, e uma mulher jogada ao chão encoberta por suas mágoas,sim, não: talvez, abre gestalts em um mundo em constante de-vir das relações e suas efemeridades. Valoriza os opostos dessas relações em sua concepção e movimentação. Oposição. Os opostos se atraem. Para ficar em pé, o homem está em constante oposição. Conflito eternoentre a gravidade e a linha de equilíbrio vertical. Oposição. Princípio constante. Barba[3]defende esse princípio como um dos geradores do estado de presença e, assim, alcançar o corpo decidido e, portanto, crível.

Cremos naqueles intérpretes que dilataram seus corpos e expandiram sua presença pelo espaço contagiando-nos com a beleza de uma oposição poética e lírica; forte e densa. Novamente a dança das oposições presentes em todas as relações. A vida. Oposta. Oposição.

Certas coisas

Composição: Nelson Motta e Lulu Santos

Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz

Se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...


Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...


Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz.
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...


A vida é mesmo assim,
Dia e noite, NÃO, SIM: TALVEZ.


Delicie-se com cartola:



O Mundo é um moinho

Composição: Cartola


Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar


Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és


Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho.
Vai reduzir as ilusões a pó


Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés


[1] Conceitos de Tereza Rocha

[2] Texto disto pelos intérpretes criadores

C[3] Eugenio Barba, teatrólogo


Tomaz de Aquino

segunda-feira, 9 de maio de 2011

PROMOVER A DISCUSSÃO

Este é um espaço criado a partir de conversas entre artistas de teatro no Ceará sobre a necessidade de dialogar acerca dos projetos de encenação em cartaz na cidade, mais especificamente montagens cearenses. Entretanto, aqui devem ser expostos trabalhos em Artes Cênicas tanto do nosso Estado, como espetáculos que realizem apresentações e temporadas nele e que sejam considerados importantes para levantar questões no fazer da arte. Abrindo espaço, também, para crítica à eventos como Festivais de Teatro, Mostra de Repertório e Seminários.

Um Grupo de Atores, Diretores, Bailarinos e Coreografos terão acesso ao Blog como criticos em exercício, pos este espaço também foi construído com objetivo de exercitar a CRÍTICA ARTÍSTICA. Mas, os visitantes podem enviar comentários tanto sobre os espetáculos já avaliados no Blog, como exercitar sua própria crítica, contribuindo assim para uma visão mais ampla de teatro no Ceará, oportunizando aos Grupos do Interior entrarem nesta discussão.

Esperamos contar com o apoio de todos